O Globoesporte publicou ontem, último dia do ano, uma retrospectiva do Botafogo em 2012 utilizando-se pra isso, fotos dos dez momentos mais marcantes do time sob o comando de Oswaldo de Oliveira.
Destacou a chegada de Seedorf, a saída de Loco e revelação de jovens valores das categorias de base como os três fatos mais significativos da temporada do Alvinegro, que reproduzimos aqui com alguns comentários.
Loco Abreu levantando o troféu da Taça Rio, a única conquista alvinegra no ano. Nessa altura do campeonato, a torcida acreditava em dias melhores na temporada que acabou não se confirmando já na decisão do campeonato contra o Flu, que levou a disputa de maneira incontestável com uma vitória elástica no primeiro jogo por 4 a 1. O Bota foi para o segundo jogo com muita vontade, porém com uma carga emocional desproporcional ao seu estágio de preparação. Não deu.
No segundo momento, após a desilusão na decisão do Carioca, a torcida concentrou suas esperanças na Copa do Brasil, um título que ainda não conseguiu e que levaria o clube à tão sonhada vaga na Libertadores. A equipe foi eliminada em casa pelo Vitória logo nas oitavas de final da Copa do Brasil colecionando mais uma decepção e transferindo o sonho para o ano seguinte.
Diante de tanto desalento, enfim uma notícia para reacender a chama de uma paixão não correspondida. Finalmente o clube consegue fechar com o astro internacional Seedorf, uma promessa de campanha, improvável de ser cumprida naquela conjuntura de incertezas. O jogador é recebido por uma multidão de torcedores no aeroporto na chegada ao Rio de Janeiro e renova a esperança em dias melhores nas próximas competições.
Recebido com certo descrédito por parte da imprensa e pela maioria dos torcedores adversários, Seedorf demonstrou uma dedicação incomum nos primeiros treinamentos, poucas vezes vista num jogador do futebol brasileiro. O holandês, de 36 anos, impressionou a todos com sua forma física invejável e rapidamente se integrou ao elenco, tornando-se um exemplo pra todos, principalmente para os jogadores mas novos vindos da base que começavam a ter oportunidades no time.
Mas nem tudo era perfeito em G. Severiano e logo o clube se viu diante de um dilema. O ídolo Loco Abreu, em má fase no início da temporada, não teve sua condição respeitada pelo técnico e viu seu castelo ruir de um dia para o outro. A incompatibilidade entre o novo esquema de jogo e o estilo do artilheiro foi o motivo alegado pelas partes. Sem espaço com Oswaldo de Oliveira, El Loco acabou sendo emprestado ao Figueirense iniciando um martírio que se confirmaria ao longo do Brasileirão.
Com a intenção de resgatar o passado-presente do símbolo do título brasileiro de 95, o clube abraça o projeto do artilheiro Túlio em busca do gol 1000, a ser concretizado com a camisa do time que o projetou. Com alguns percalços no caminho, o projeto encampado pela diretoria de marketing tem previsão de se estender até 2013, até que o objetivo seja alcançado. Túlio Maravilha voltou ao Bota para seguir sua missão de chegar ao milésimo gol na carreira.
Jobson se constitui, desde que o clube resolveu reintegra-lo ao elenco no início da temporada, numa decepção sem fim. Atuou em apenas um jogo no Carioca e fez um gol. O jogador, que já havia demonstrado sua excepcional qualidade técnica dentro de campo, o que levou o clube a fazer um esforço para adquirir seus direitos, fracassou novamente, demonstrado problemas graves para se enquadrar ao regime profissional. Frustrou a todos que nele depositava esperanças de conquistas de títulos: direção, comissão técnica e torcedores. Jobson voltou ao Bota, mas não entrou em campo. Apenas treinou... e sozinho.
Um dos pontos positivos de 2012 foi revelar jovens como Gabriel, Dória e Jadson. Por circunstâncias da temporada, o técnico Oswaldo e Oliveira foi impelido a dar oportunidade aos jogadores da base que já integravam o elenco. Gabriel e Jadson assumiram a condição de titular com o afastamento de M. Mattos e Lucas Zen por contusão. Renato, antes absoluto na posição, não teve uma boa sequência e contribuiu para essa condição. O jovem zagueiro Dória se tornou, em pouco tempo, a jóia da coroa ao assumir, com 17 anos, a condição de titular absoluto no time o que despertou a cobiça de grandes clubes europeus. Outros jovens tiveram oportunidade, como Renan, Cidinho, Jeferson Paulista e Sassá, renovando as esperanças da torcida num futuro mais promissor.
Durante os momentos mais difíceis do time, Oswaldo de Oliveira foi o principal alvo da ira da torcida. Demonstrando pouca habilidade no trato da situação, chegou a afirmar à imprensa que tinha pena dela (torcida) pra justificar vaias que recebera pelo baixo rendimento do time em certas oportunidades, no Engenhão. A síntese do clima foi demonstrada pelo morador do edifício próximo ao campo de treinamento, expondo todo o seu descontentamento com os resultados obtidos na temporada. No fim, o técnico teve seu contrato renovado com o clube.
Bruno Mendes, de 18 anos, se tornou a grande sensação na reta final do campeonato ao manter uma excelente média de gols, suprindo a carência de nosso ataque. Deixou na torcida a impressão de que poderíamos alcançar o objetivo pretendido - vaga na Libertadores, se o jogador tivesse chegado um pouco antes. Depois de passar por momentos de incerteza na carreira com o embrólio na justiça que o impediu de jogar pelo clube nas últimas partidas, se mostrou tranquilo com a reversão da decisão, está convocado para a Seleção sub-20 e é a nossa maior esperança de gols para 2013.
Essa foi a retrospectiva do Fogão em 2012. Com a chegada do novo ano, as esperanças de uma boa temporada se renovam com a possibilidade de chegarmos a um título de projeção, apesar de que as perspectivas de novas contratações não se confirmaram até o fechamento dessa matéria.
Por BotafogoDePrimeira