quarta-feira, 30 de abril de 2014

Com tranquilidade, Mancini vai mudando a cara do Fogão





Depois de empatar com o Inter por 2 a 2 no Maracanã, na última rodada, o Botafogo se prepara para encarar o Bahia no próximo domingo, na Arena Fonte Nova, em Salvador.

Com apenas duas semanas de trabalho, o técnico Vágner Mancini dá mostras de que já "entendeu" o elenco alvinegro. Paulatinamente, vai deixando de lado o time "experiente" que sucumbiu na Libertadores - que tinha por base os veteranos Bolivar, Julio Cesar, Marcelo Mattos, Jorge Wagner e El Tanque - e segue promovendo alterações na estrutura da equipe com o intuito de encontrar uma formação mais ágil que dê nova identidade ao time.

Estava claro que a equipe de Hungaro era muito lenta na saída da defesa para o ataque e time de uma jogada só. Não dava pra deixar a armação das jogadas com Jorge Wagner e Lodeiro. Falta ao primeiro uma melhor condição técnica e vigor físico para a função e ao segundo, uma melhor leitura do jogo. O uruguaio enrola demais até definir uma jogada e, em má fase técnica, não consegue acertar um simples passe de 2 metros desperdiçando inúmeras oportunidades de contra ataque. Se ainda não perdeu a posição de titular é por pura carência do elenco que continua com poucas opções na posição.


Depois das últimas mudanças na estrutura do time - barração da dupla de ataque Ferreyra e Walyson e a efetivação de Lucas na lateral direita - o próximo a se rifado deve ser Bolivar que tem falhado seguidamente. Desses, faço ressalvas apenas ao espírito de luta de El Tanque que continua a ser uma boa opção para mudar a forma do time jogar, em caso de necessidade.

Mesmo com as modificações - a efetivação de Zeballos na frente com Sheik, que estreava - o time não deslanchou de cara e demonstrou as mesmas dificuldades do jogo contra o São Paulo. Resultado: levamos dois gols do Inter com extrema facilidade em falhas individuais e coletivas grotescas e recorrentes.

Mas o time voltou modificado para o 2o. tempo e o que parecia improvável se concretizou com o empate em 2 a 2, depois de um enorme esforço individual e coletivo da equipe. Mancini mostrou nesse jogo e desde que chegou, possuir as maiores virtudes de um técnico que é enxergar as variáveis do jogo e não ter medo de mexer a qualquer tempo. Foi assim que voltou do vestiário com Junior Cesar no lugar do fraco Julio Cesar - muito vaiado depois de dar mole no 1o. gol colorado - e Daniel no lugar do improdutivo Jorge Vágner, dando outra cara a equipe. 


Porém, foi o acaso que determinou a última e decisiva mexida com a entrada do Edilson improvisado de volante na vaga do "quase expulso" Aírton. O lateral entrou muito bem no jogo mostrando toda sua força e impulsividade no jogo. Lançou Lucas pela direita, que cruzou pro Sheik marcar de cabeça o seu primeiro gol com a 7 do Glorioso. Contagiado pelo ímpeto e vontade do estreante, o Bota conseguiu o empate com Zeballos que escorou um belo cruzamento dele, dessa vez, pela direita, sacramentando o merecido empate.

Mesmo com pouco material humano à disposição, Mancini vai juntando os cacos dos recentes fracassos e, tirando leite de pedra, vem mudando a cara do Fogão.

Por @Felipaodf/Botafogodeprimeira.com