Ainda vai demorar um pouco para que o Botafogo volte a campo pela Libertadores. O próximo compromisso está marcado para o dia 26 de fevereiro, quando encara o Unión Espanhola, no Estádio Santa Laura, em Santiago.
A torcida já está saudosa de ver o time principal em ação depois dos dois grandes resultados conseguidos no Maraca. O primeiro, contra o Deportivo Quito pela fase preliminar da competição em que venceu com autoridade o adversário por expressivos 4 a 0. Foram três gols do inspirado Wallyson e um de Henrique (que saiu do banco para completar o placar), garantindo a classificação para a sonhada fase de grupos, meta ansiosamente esperada depois do time conseguir a vaga no último jogo pelo Brasileirão. No segundo, contra o San Lorenzo - time credenciado pelo título de Campeão Argentino, estreando na elite com uma vitória convincente por 2 a 0 contra o adversário mais categorizado do Grupo 2. El Tanque Ferreyra abriu o placar. O gringo desencantou e comemorou muito junto à torcida ao marcar o seu 1o. gol com a camisa alvinegra. O jogador, ainda fora da forma ideal, mostrou uma disposição invejável e oportunismo ao aproveitar o rebote do goleiro em chute de J. Wagner. Já Wallyson, que marcou o seu 4o. gol na competição e lidera a tabela dos artilheiros, fechou o placar num belíssimo chute (forte e certeiro) da entrada da área que estufou a rede, sem chances para o goleiro argentino.
Na verdade, estou aqui fazendo esse pequeno relato para dizer do meu contentamento em estar presente, no Maraca. Num esforço programado para os 2 jogos (que previa a passagem de fase), acompanhei, juntamente como os mais de 85 mil alvinegros que estiveram em perfeita comunhão no Templo do Futebol Mundial nas duas oportunidades, a arrancada do Fogão na Libertadores.
Eu e os milhares de irmãos alvinegros, do Rio e de todos os cantos do Brasil, vimos um gigante do futebol mundial voltar à competição mais importante do continente. E como gigante ele se portou em campo. Isso tudo merecia festa, comemoração...e foi o que fizemos. Combinados ou não, as vozes se uniram num só canto e os corações pulsaram num ritmo frenético guiados por essa paixão. Os jogadores se prepararam, mas ao verem o Maraca tomado de alvinegros cantando e pulando enlouquecidos, foram contagiados pela energia que percorria as arquibancadas e, envolvidos pelo "espírito da Libertadores", transformaram os dois jogos numa guerra de vontade das quais saíram vencedores. Uma receita que não pode ser abandonada, haja o que houver.
Voltei pra Brasília extasiado e agradecido com o que vi. Feliz pelo rendimento do time, pelos resultados e por pertencer a uma torcida guerreira, apaixonada, ordeira e organizada que mostrou uma força que a muito não se via. Uma força à altura dessa competição, capaz de intimidar os adversários e surpreender os incrédulos espalhados por aí. Isso é Botafogo!