Só quero saber do que pode dar certo, não tenho tempo a perder...
(Torquato Neto e Sérgio Brito/Titãs)
Treino de ontem BotafogoOficial |
A vitória seria muito mais significativa diante dos resultados dos adversários na abertura da 15a. rodada, todos favoráveis ao Glorioso. Poderíamos ter colocado uma frente considerável de 4 pontos sobre o segundo colocado e adquirir a tão sonhada gordura a muito tempo esperada pela torcida. Seria o máximo para o time que ganharia a tranquilidade necessária para a sequência de jogos e para o próprio Jair depois de ter vencido o Náutico (1 a 0) em casa e empatado contra o Bahia fora (1 a 1), numa briga direta por posições no G-4. Mas, para decepção dos 5 mil torcedores (sempre os mesmos) que foram ao Niltão numa noite fria e chuvosa do inverno carioca, no horário mais inconveniente do calendário brasileiro, e dos outros milhares espalhados por todo o Brasil, a vitória não veio.
Veja quais eram as expectativas do torcedor para esse jogo em casa contra o time do Pet: Blog do Felipaodf: Jair Ventura quer a vitória sobre Tigre catarinense na despedida como interino
Faltou inspiração e estratégia de jogo, além do excessivo número de jogadores inexperientes na escalação (penso que a inclusão dos jovens deve ser feita com moderação, em doses homeopáticas para não matar o paciente e para uma melhor avaliação). O que havia sido um trunfo nos dois jogos anteriores, contra o Náutico e Bahia, foi um (quase) desastre contra o Criciúma. Com a presença de Diérson, Fernandes, Gegê e Octávio pelo meio, além de Luis Henrique lá na frente, o time cresceu em combatividade e mostrou uma certa agilidade na transição para o ataque com triangulação pelas laterais do campo e pelo meio poucas vezes vistas em outras jornadas - isso ficou mais nítido no jogo contra o Náutico quando jogamos em casa.
Porém, a ausência de Luis Ricardo pela direita foi determinante para as coisas desandarem contra o Tigre. Perdemos uma de nossas poucas armas que era a troca de passe pela direita em direção ao ataque (pela esquerda ela pouco existiu com Jean e Otávio ou Carleto e Sassá). Seu substituto, o jovem Diego, pareceu assustado com a oportunidade de sair jogando e, muito nervoso, errou tudo que tentou. Melhorou um pouco no segundo tempo mas aí as cãibras o impediram de ousar mais. Luis Ricardo, efetivado como titular depois da saída de Gilberto, estava no seu melhor momento desde que chegou ao clube e fez muita falta no jogo de terça como fará contra a Luverdense, no sábado. Nesses tempos de vacas magras, ele é um dos únicos jogadores do elenco que tem bom trato com a bola (o outro seria o D. Carvalho se estivesse em forma e o LH9, que tem demonstrado potencial nesse quesito quando tem espaço la na frente). Foi do lateral a jogada que originou o gol de Lulinha contra o Timbu numa bela trama de ataque, assim como a do gol contra o Tricolor da Boa Terra depois de uma bela articulação com Otávio, concluída com estilo pelo Luis Henrique dentro da área. Sem ele em campo, faltou qualidade na saída de bola e no passe, que foi um desastre nesse jogo.
E o Botafogo travou. Chegou a ser dominado no segundo tempo pelo aplicado time catarinense, muito bem orientado por Petkovic. Se não fosse o nosso Paredão, poderíamos ter amargado uma derrota com requintes de crueldade caso a cabeçada certeira de Fábio Ferreira não fosse defendida magistralmente por Jefferson, de novo, o melhor em campo.
A missão de Ricardo Gomes, que assume o comando e assistiu a exibição patética do time nas sociais do Niltão com cara de poucos amigos, é dar um padrão de jogo que esse time ainda não mostrou na temporada. Mesclar os garotos formados na base com os cascudos do elenco (alguns esquecidos ao relento e desmotivados) que saibam dosar as forças, orientar a garotada e ditar o ritmo de jogo, já com os novos contratados Bazzalo, Navarro, Lindoso, Serginho e Neilton que devem ser aproveitados imediatamente.
No jogo de terça, não havia nenhum jogador com essas qualidades em campo - os zagueiros não sabem sair jogando; Carleto tá caindo pelas tabelas; Arão parece estar fazendo corpo mole desde que resolveram antecipar a renovação de contrato (o Arão do tempo de René era muito mais interessante, inclusive aparecendo pra conclusão na pequena área). Sem Pimpão, que deixou o clube semana passada, ficamos órfãos de jogadores com condições de protagonizar uma jogada de ataque. Sassá, definitivamente, ainda não é opção para sair jogando. Resultado: mesmo em casa com o apoio da torcida, os garotos sentiram a pressão e produziram muito pouco.
Mas, disso tudo, o mais constrangedor foi ver a inércia de Jair Ventura a beira do campo, principalmente no início do segundo tempo quando o time estava sendo pressionado e por pouco não entregou a rapadura. O mundo desabando na sua frente e ele não se movia pra processar uma substituição sequer - única alternativa no momento, já que não conseguiu fazer o time melhorar de produção na base da conversa. Foi irritante ver sua passividade à beira do gramado olhando seguidamente para o relógio como tivesse programado substituições ditadas pelo tempo - lembrou o "professor" René, daí a nossa irritação. E tome vaias. Conheceu o outro lado da moeda da maneira mais cruel possível.
Poderia mexer em qualquer um do meio de campo, todos jogando abaixo das possibilidades ou mesmo em Sassá - jogador de uma inutilidade gritante quando entra como titular. Nem tentar a inversão de posições entre os atacantes pelo lado, que em outras oportunidades era feito com bom resultado com Pimpão, Jair ordenou. Demorou muito a mexer e mostrou uma insegurança inadmissível pra quem conhece o elenco a muito tempo. Sem Lulinha e Daniel Carvalho, teve que apelar pra Jardel, que voltava depois de longo tempo de recuperação e Fernandes que, a muito tempo, não mostra nenhuma consistência em suas atuações.
O panorama continuou o mesmo até a entrada tardia do uruguaio Navarro que impressionou pela disposição. Escolha acertada mas não no lugar do Luis Henrique, que poderia ser deslocado mais para a esquerda. Deveria entrar no lugar do sempre atrapalhado Sassá e pronto. Com poucos minutos de jogo o estreante mostrou para o que veio. Participou de duas belas jogadas na área e na última delas, quase marca num chute forte ao gol. Seria a consagração do uruguaio que deve arrumar uma vaga rapidinho nesse ataque.
A semana é de ajustes e adaptação do time às concepções de Ricardo Gomes e dele ao clube. Vamos aguardar os treinamentos e torcer para que esse clima de mudança mexa com o grupo, produzindo os resultados esperados pela torcida. E isso, já neste sábado quando o Botafogo recebe o Luverdense no Estádio Nilton Santos, às 16h30, com promoção de ingressos, pra não ter que se preocupar com quem será o segundo colocado.
O Botafogo segue líder isolado da competição com 29 pontos, seguido por Vitória, América-MG e Náutico, todos com 27. Confira a posição de cada time e os próximos jogos na tabela: http://felipaodf.blogspot.com.br/p/carregando-tabela-do-brasileirao_21.html
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