quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Hoje não, hoje não, hoje sim...


Hoje não, hoje não, hoje sim... É inacreditável... Se eu tivesse apostado todo o meu dinheiro, eu teria perdido!



Quem não lembra da indignação do narrador Cléber Machado no Grande Prêmio da Áustria de Fórmula 1, ocorrido há 13 anos, com a ordem da Ferrari que obrigava Rubens Barrichello a deixar Michael Schumacher ultrapassá-lo na reta final da prova?

Clique e veja o hoje sim, hoje não de Cléber Machado



A narração se presta perfeitamente para descrever a decepção dos torcedores botafoguenses* com o desempenho do Botafogo em campo ao levar três gols do Paysandu em situações consideradas bizarras quando o esperado era uma vitória em casa que o levaria à liderança isolada do campeonato, conforme pedia o pacto, conforme merecia a festa armada pela torcida.

*os milhares espalhados pelo Brasil e, em especial, os mais de 24 mil que compareceram ao Estádio Nilton Santos na manhã do último domingo para prestigiarem a equipe, atendendo ao chamado do clube feito por meio de uma bela ação de marketing puxada pela tag #PactoAlvinegro que bombou nas redes sociais e antecedeu o lançamento das novas camisas 2015/2016, criando uma empatia imediata com o time para a sequência do campeonato.


Montagem de capa do BotafogoOficial
Os traumas ocorridos em ocasiões anteriores se repetiu novamente nesse jogo como mais um capítulo marcante da síndrome do "hoje não" alvinegro. A história recente está cheio de exemplos. No ano passado, na briga contra o descenso, foi assim quando demos vários "moles" jogando em casa contra adversários diretos e de menor expressão. Mais recentemente, temos a a derrota contra o Figueirense, por 1 a 0, com gol de letra de Marcão no último minuto dos acréscimos, quando tínhamos uma vantagem considerável do empate alto. Uma derrota que nos custou mais uma eliminação traumática da famigerada Copa do Brasil. O resultado derrubou o técnico René Simões do cargo que, por ironia do destino, agora treina o Figueirense que acaba de passar de fase na competição.

Analisando o jogo contra o Papão por inteiro, vi evolução do time em muitos dos fundamentos de jogo. Uma deles foi a pressão exercida sobre o adversário desde o começo, a passagem rápida para o ataque, e a procura incessante do gol. Essa intensidade inicial, por vezes deu lugar à uma afobação descabida, o que fez com que jogadores experientes como D. Carvalho desperdiçassem vários situações de contra-ataque com assistências equivocadas, fato que irritou muito a torcida.

Clique e se torture com os lances do jogo




Criamos muitas oportunidades mas não conseguimos converter em gol. Vimos Giaretta chegar com decisão para o arremate, com a bola caprichosamente acertando a trave. Vimos Neilton - o melhor em campo -  partindo pra cima da zaga com determinação e sendo infeliz nas conclusões nas muitas chances que teve de abrir e ampliar o placar. Não era o dia, disse ao final da partida.

O fato é que, no retorno da parada técnica do primeiro tempo para hidratação (20'), o time impetuoso do início foi se apagando conforme o sol ia se impondo lá em cima. O Paysandu, mesmo tendo jogado uma partida desgastante no meio de semana contra o Fluminense em que foi superior ao adversário em grande parte do tempo, mostrou eficiência e bom preparo físico abrindo o placar aos 26' por meio do arisco Pikachu. Atordoado em campo, o Botafogo levou mais um antes mesmo de entender o que estava acontecendo. Jhonnatam marcou o segundo dois minutos depois, aumentando o drama alvinegro.

Pior do que tomar dois gols seguidos foi levar o terceiro na saída de bola do círculo central após ter feito o primeiro. O gol marcado por Daniel Carvalho (18') parecia ser a senha que faltava para o time buscar a reação. Ledo engano. De novo bobeamos feio. De novo aconteceu.

As chances de reação se acenderam novamente com o gol de Sassá (36') que havia entrado no lugar de Neilton. Tínhamos tempo suficiente para o empate e a torcida chegou junto. Tanto que a chance de ouro apareceu no pênalti em Luis Henrique assinalado pelo árbitro. De convicto na marcação o dito cujo passou à submisso, cedendo ao aceno equivocado ou malicioso de um reles bandeirinha que marcou impedimento de Sassá no lance. Faltou personalidade à "autoridade" que anulou a pênalti e o Bota é que se lasque!

O misto de impeto e afobação do time na buscar do gol a todo custo, talvez influenciado pela boa presença de público no jogo, contrastou com as bobeiras do setor defensivo que nos custaram a vitória. "Desconcentrar é absurdo e imperdoável" estamparam os jornais. Não se pode admitir isso de um time do porte e importância do Botafogo já no segundo terço da temporada, ainda mais diante da torcida.

A chamada Avenida Carleto, inaugurada ainda no começo da temporada, continua cada vez mais esburacada e convidativa a qualquer espécie de adversário desde os tempos de René. De tão escandalosa, atingiu em cheio Ricardo Gomes. Esse último, mesmo com pouco tempo de trabalho no clube não foi poupado das vaias da torcida em razão do problema ter tomado uma dimensão extraordinário com os três gols que levamos. Pra piorar, ele demorou a mexer no time e quando o fez, tirou Neilton do jogo.

O Carleto vai mal das pernas mas necessita urgentemente de proteção já que não temos boas opções para o setor. Uma delas, ainda não testada, seria o deslocamento de Giareta com Roger Carvalho voltando a formar a zaga com Renan. Seja com a troca de peças ou com ajustes no esquema, Thomas e Lindoso são opções para reforçar a proteção à ala esquerda, sacrificando-se, com essa alternativa, um dos meias (Daniel ou Elvis). Escolham entre as opções propostas as mais viáveis e comentem no blog!

Ao levar tantas bolas nas costas, o lateral que se acha o herdeiro da camisa 6 de Nilton Santos, dá sinais de falta de preparo (físico e técnico) para ocupar tão honrada posição. O bote no vento que ele deu no lance do primeiro gol foi bizarro. Pouco humilde ao não reconhecer os erros, Carleto não gostou das críticas da torcida e da imprensa (se manisfestou no meio da semana). O que dizer de nós, torcedores, que gostamos menos ainda das suas atuações irresponsáveis e da marcação frouxa e descompromissada de Renan Fonseca e Giaretta em vários lances do jogo. Chega, né?

Dizíamos no post da semana passada que o Papão era um adversário categorizado e havia mostrado isso contra o Fluminense no Maracanã, na última quarta-feira, além de fazer uma bela campanha na Série B onde ocupa a sétima posição. Com o Niltão bombando, restava ao Botafogo fazer a sua parte no pacto: jogar com raça, fazer valer a sua condição de mandante e vencer o jogo, o que não aconteceu. Clique e veja: Blog do Felipaodf: No pacto, torcida abraça o time na arrancada do returno

Apesar do alerta de Ricardo Gomes para que os jogadores não se impressionassem com a torcida que viria em massa para o jogo, alguns sentiram o peso da camisa ao se apresentarem para o maior público do Alvinegro no campeonato. Outros sentiram o fato de jogar às 11 horas, com o sol a pino sobre suas cabeças. Renan Fonseca se abateu muito ao ser perseguido por parte da torcida durante todo o jogo e isso pesou em sua atuação. O mesmo aconteceu com Luis Henrique que, muito tímido após posar para a campanha do pacto, quase não apareceu no jogo. Por outro lado os cascudos, de quem mais se esperava nesse aspecto, sucumbiram diante do calor. Foi o caso de Daniel Carvalho e Luis Ricardo que não foram bem como em outras oportunidades. Até Jefferson, dessa vez, não salvou.

Com o fraco desempenho da "melhor defesa do campeonato" nos últimos confrontos, a média de gols tomadas subiu muito. Dos 15 gols sofridos em 20 jogos pelo Botafogo na Série B, seis foram anotados nas últimas quatro partidas. O Alvinegro perdeu duas delas e ganhou apenas duas com um aproveitamento de 50%. Isso fez a média cair na competição, atingindo 60% dos pontos disputados.

Voltando ao começo da explanação quando ficamos com a sensação de que existem coisas que só acontecem com o Botafogo, podemos afirmar que não é bem assim como os supersticiosos alvinegros supõem. Basta ver a situação do próprio Vitória que, assim como o Botafogo quando ocupava a liderança isolada do campeonato, patina há duas rodadas e não consegue se desgarrar do grupo que o persegue. Nos últimos dois jogos, perdeu para o Sampaio no sábado (1 a 0) e arrumou um empate no final do jogo contra o modesto Oeste (1 a 1) em pleno Barradão, no jogo de abertura da 21a. rodada ocorrido na última terça-feira.

Sabe o que isso significa? Que temos uma nova chance de assumir a liderança isolada se vencermos o CRB, sexta-feira, no Rei Pelé e dessa vez não pode dar errado.

O líder Vitória soma 38 pontos enquanto o Botafogo ocupa a vice-liderança com 36, podendo, portanto, chegar a 39 e ultrapassar o time baiano. O América-MG com 35 e o Sampaio Corrêa com 34, completam o G-4, seguidos do Bahia (34), Paysandu (33) e Náutico (32) e Santa Cruz (31) todos com jogos marcados para essa sexta e sábado.

Desembarque do time em Maceio (BotafogoOficial)
Para o jogo contra o CRB, o Botafogo volta a contar com Navarro que se recuperou de um estiramento na panturrilha que o afastou do último jogo. Em compensação teremos uma baixa importante e inesperada. Jefferson sentiu o ombro esquerdo, não viajou e fica de fora do jogo. Helton Leite assume a posição depois de um tempão sem atuar como titular.

O restante do time deve ser o mesmo das últimas partidas e já está gravado na cabeça do torcedor. Mesmo sem confirmar a equipe, Gomes deve mandar a campo: Helton Leite, Luis Ricardo, Renan Fonseca, Diego Giaretta e Carleto; Serginho, Willian Arão, Daniel Carvalho e Elvis; Neilton e Navarro.


Montagem promocional da Puma
O desejo é que esse clima de comunhão entre clube x torcida x jogadores estabelecido no #PactoAlvinegro continue por todo o returno mesmo com o papelão do time no último jogo e isso passa por uma vitória sobre o adversário alagoano.

Precisamos manter o foco no objetivo maior que é voltar à primeira divisão da em dezembro. Para isso acontecer, bastava vencer os dez jogos programados para o Niltão, no returno. Como a vitória em casa não veio, essa fora já compensaria o tropeço e nos colocaria novamente sobre os trilhos que nos levará à Primeira Divisão.

Boa sorte Fogão. Estaremos contigo nessa arrancada do returno rumo à liderança. Agora sim... Agora sim... Agora sim!

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