quinta-feira, 9 de junho de 2016

Procura-se um time pra chamar de Botafogo





Promoção do jogo pelo Sou Botafogo
Procura-se um time pra chamar de seu. Quem achar, por favor, avise ao treinador Ricardo Gomes em General Severiano ou em Vargem Bonita para onde o Departamento de futebol se mudou nessa semana.

Isso não é nenhum tipo de ironia de torcedor decepcionado com o time. O próprio Ricardo Gomes declarou em entrevista após o fiasco contra o Santos no Morumbi, que o time jamais se encontrou depois das finais do Campeonato Carioca ocorridas há um mês atrás.

Dito isso, e com o time na lanterna do campeonato - posto alcançado muito antes das previsões pessimistas de parte dos torcedores e especialistas no começo da competição -, resta ao treinador encontrar a formação ideal nessa fase de transição para tirar o time da lama em que se meteu e reencontrar a forma de jogar que apresentou no Estadual, mesmo que a equipe esteja muito diferente daquela que terminou a competição em razão dos inúmeros desfalques por contusão desde antes do início do Brasileirão. Para isso, Gomes terá a semana inteira de treinamentos - coisa inédita desde que a competição foi iniciada - visando o confronto contra o Vitória-BA antes marcado para a Arena Botafogo na Ilha do Governador como jogo inaugural da nova "casa" alvinegra no Rio e que, por mais um descompasso da Diretoria, não ficou pronta a tempo de abrigar o "espetáculo" conforme havia sido prometido e vendido aos Sócios Torcedores que aderiram ao pacote especial para os jogos do Brasileirão.

Nas seis primeiras rodadas da competição nacional, não pudemos contar com o time que chegou às finais do Estadual. O time não era nenhum primor de técnica, mas mostrava organização em suas linhas e sustentou uma campanha bem mais honrosa do que essa no Brasileirão até agora, mesmo com as carências gritantes no setor de ataque - nosso principal problema desde o início da temporada.

Jogamos essas partidas desfalcados de Jefferson, nosso capitão e principal jogador do elenco que só voltará ao time no segundo turno; do zagueiro Carli que, em pouco tempo de clube, conquistou a torcida e a crítica por seu modo seguro de jogar a ponto de se tornar o novo Xerifão do time; de Diogo Barbosa, um desconhecido que foi subindo de produção ao longo da competição, tomou conta da lateral esquerda - sempre um ponto vulnerável em campanhas passadas - até se tornar um dos destaques do time nas partidas que antecederam a lesão que o afastou por trinta dias; de Airton que, mesmo com limitações técnicas e físicas, venceu o preconceito da torcida e se tornou o baluarte do meio campo alvinegro e base do tripe de volantes lançada por Gomes - juntamente com Rodrigo Lindoso e Bruno Silva -, que deu consistência ao time na campanha do Carioca a partir do primeiro clássico contra o Fluminense e o levou às finais contra o Vasco quando sucumbiu por deficiência técnica e inexperiência de seus atacantes.

Com a bruxa rondando General, depois dessas baixas veio a do próprio Lindoso, sepultando qualquer possibilidade de reedição dos três volantes já que não há no elenco substitutos à altura para cumprir as funções básicas desses jogadores lesionados. Dierson não tem condições de ocupar uma vaga no time titular, Dudu acaba de ser integrado ao grupo e Fernandes, embora seja um bom jogador e ter subido de produção após uma série de contusões que lhe tiraram a confiança, não reúne as características para jogar como volante-volante tendo melhor desempenho jogando do meio pra frente. Mesmo sem aparecer muito para a torcida, Lindoso mostrou que o trabalho de articulação que desenvolve na frente da zaga é importante para a estabilidade da equipe, tanto que depois que saiu do time, foi derrota em cima de derrota sendo a última, para o Santos, com diferença de três gols, fato inédito em toda a temporada.

Na mesma época da lesão do volante também perdemos o atacante Luis Henrique que, mesmo sem ser titular, sem reeditar as boas atuações da campanha de 2015 e estar distante dos objetivos que tinha para a atual temporada, a sua ausência no banco diminuem as opções do técnico quando precisa de um camisa 9 pra perturbar os zagueiros oponentes. Por último, perdemos Luis Ricardo que, mesmo sem ser um marcador de primeira linha e ver seu substituto, o jovem Diego, voltar ao time sem conseguir reeditar o desempenho de jornadas anteriores, se destaca no apoio ao ataque onde, via de regra, consegue criar situações de gol que estão fazendo falta nessa fase de vacas magras em que nada dá certo. Nossos meias pouco criam e os atacantes não aproveitam as raras chances que surgem . Nem pênaltis conseguem converter como aconteceu com Neilton contra o Santos - em seis rodadas, marcamos apenas três gols na competição e, em sete penalidades máximas na temporada, só convertemos quatro.

Tabela atualizada com a colocação dos últimos dez 

classificados após a 6a. rodada do Brasileirão
Nessa transição do ruim para o pior, Ricardo Gomes lançou mão dos jogadores disponíveis e as experiências que fez nos últimos jogos não funcionaram a ponto de causar dúvidas no torcedor sobre a capacidade do técnico de tirar o time do atoleiro em que se meteu. Pelas tentativas frustradas, passou a ser tachado de inventor nas redes sociais. Não é pra tanto, mas também não é pra menos já que com Dierson, Fernandes, Marquinhos, Leandrinho, Salgueiro, Gegê, Dudu Cearense, Anderson Aquino, Sassá, Ribamar, Yaca e Neilton que se revesaram do meio pra frente, o time não se encontrou em nenhum momento e perdeu três partidas seguidas - Fluminense (0 a 1), Cruzeiro (0 a 1) e Santos (0 a 3), sem oferecer um mínimo de resistência que pudesse servir de alento aos torcedores, mesmo que tenham sido jogos contra adversários tradicionais que, mesmo sem um começo exuberante, devem figurar na primeira parte da tabela na sequência da competição assim como o próprio Botafogo (espero).


Leia o que escrevemos após o jogo contra o Cruzeiro em Brasília (que vimos no estádio) para entender os motivos que nos levaram ao pré-caos: Blog do Felipaodf: Nos perdoe, Mané...


A tarefa de encontrar uma formação capaz de vencer os dois próximos compromissos em "casa" - jogaremos contra o Vitória-BA e o América-MG no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, por força da CBF -, teoricamente mais fáceis dos que os três anteriores em que fomos derrotados, parece menos árdua para o técnico com as voltas de Luis Ricardo, Diogo Barbosa e Airton que, por si só, mudam a estrutura da equipe. Os dois últimos treinaram com o grupo na quarta-feira, no Cefat, onde o clube buscou abrigo e sossego depois de ver o seu dia de treinamento na terça-feira, em General Severiano, ser prejudicado por protestos de torcedores. Já o lateral, fez um trabalho à parte com o preparador físico e deve jogar no domingo.

Na busca pelo "time perdido", Gomes sinalizou que fará mudanças na equipe e algumas delas coincidem com as reivindicações da torcida no protesto. Além da volta dos três liberados pelo DM, o goleiro Sidão, que veio do Audax-SP sob protesto de parte da torcida alvinegra que achava a contratação desnecessária e um desperdício de dinheiro, deve ganhar a chance de estrear na competição na vaga do contestado Helton Leite que não vem bem desde que assumiu a posição de titular após a lesão de Jefferson no primeiro jogo contra o Juazeirense-BA pela Copa do Brasil. Naquela oportunidade, o substituto falhou feio ao sofrer um gol de bola parada quando o Botafogo vencia e controlava o jogo por 2 a 0 e eliminava a partida de volta. Com o jogo que decidiu a vaga no Rio, a preparação do time para a estreia no Brasileirão uma semana depois do primeiro jogo ficou sensivelmente prejudicada. A partir daí, o Botafogo vem jogando a cada três dias, maratona que durou até o jogo no Morumbi.

Mostrando uma insegurança nunca vista nas oportunidades que teve que substituir Jefferson antes da contusão, Helton Leite voltou a falhar no empate contra o Sport quando, mesmo atrapalhado por um jogador adversário, saiu em falso na tentativa de corte de uma bola alçada na área e deu rebote para Diego Souza arrematar em gol. Na sequência, foi criticado na derrota para o Fluminense por se colocar mal no lance do gol de Fred e não oferecer nenhuma dificuldade ao atacante na hora do arremate. Veio a partida contra o Cruzeiro em Brasília que, além de levarmos um passeio no primeiro tempo, Helton tomou o gol por debaixo das pernas ao se colocar mal para a defesa junto à trave. Na partida seguinte, fomos derrotados pelo Santos no Pacaembu com extrema facilidade (3 a 0) quando o goleiro, não por culpa sua, levou um chapéu humilhante do jogador santista que abriu o placar. No segundo gol, falhou feio ao não interceptar o chute fraco e rasteiro de Paulinho. Era uma bola perfeitamente defensável e a falha desanimou o time alvinegro que, de perdido na partida, passou a dar vexame com o jogo sendo decidido, praticamente, no primeiro tempo.


Infográfico com a colocação e rendimento do Botafogo

 na competição (Gazeta Esportiva)
Ainda nessa partida, numa chance rara de ressurreição, o atacante botafoguense Neiton foi derrubado dentro da área e sofreu pênalti. Ele mesmo se candidatou à cobrança que, se convertida, poderia dar um alento novo ao time e provocar uma reação mas o atacante perdeu jogando a chance pra fora. Pra derrubar de vez, o terceiro gol santista nasceu de um lance de escanteio em que Bruno Silva, desajeitado, mandou pro gol fechando o caixão alvinegro.

O sofredor alvinegro, digo torcedor, viu o time abrir a rodada na manhã de domingo (11h) com uma derrota, passou uma tarde terrível vendo os adversários diretos avançarem na tabela e dormiu com o time na última posição carregando a lanterna. Lamentável.

Depois do início de semana conturbado e de notícias ruins como a de que o atacante Canales precisará de um tempo extra para entrar em forma e estrear já que o prazo anterior era o dia 20, quando se abre a janela de transferência de jogadores vindos de clubes do exterior, e foi acrescido de mais 10 ou 15 para tratamento de lesão no pé direito.

Para compensar, tivemos ontem a apresentação do meia Camilo o que alivia um pouco a tensão dos últimos dias já que ele foi integrado e está treinando com o grupo. O jogador não é nenhum craque mas é raçudo e tem as características necessárias para suprir parte da carência do time na armação de jogadas pelo meio. Se for bem como esperamos, deve ser abraçado rapidamente pela torcida. A experiência e o passado recente na Chapecoense o credencia como um bom reforço e motivado, vai ajudar muito o time a sair desse buraco sem fundo em que se meteu.

Hoje, entrincheirado no Vale das Moças - que não tem nada a ver com um conhecido time concorrente -, o Botafogo anunciou que o último dos moicanos se apresenta ao clube sexta-feira. Falo do atacante Pimpão que estava enrolado com o fim do contrato com os árabes e foi liberado para treinar no clube, encerrando aquilo que poderia ser mais uma novela interminável. Não temos tempo para mais problemas.

Força Botafogo,.. Força Ricardo Gomes! Que um facho de luz caia sobre a sua cabeça e traga a inspiração necessária para que você arme um time capaz de vencer o Vitória no domingo. O time comandado por Mancini não é nenhum bobo, vem recheado de bons jogadores e credenciado pelo último resultado quando venceu o poderoso Internacional por 1 a 0, no Barradão, desbancando o líder.

Veja a tabela atualizado do Brasileirão e a relação dos jogos do Botafogo na competição: http://felipaodf.blogspot.com.br/p/classificacao-carregando.html


Saudações a todos e fiquem à vontade para comentar.



Por @FelipaoBFR/Botafogodeprimeira.com